Uma corrida não se ganha na primeira curva, mas certamente se perde. Levando tal frase às últimas conseqüências, Lewis Hamilton jogou fora a chance de vencer novamente na F-1. Com uma largada ruim e ao mesmo tempo afoita em Fuji, no Japão, Hamilton não só atrapalhou a própria vida, como a de Felipe Massa, seu principal rival na luta pelo título. Passados os acontecimentos da primeira curva, Hamilton e Massa vieram a se encontrar novamente na segunda volta e se tocaram. Por motivos distintos, ambos receberam punições e ao fim, não conseguiram nada demais na prova. Massa terminou em sétimo, somando dois pontos, enquanto que Hamilton não passou da 12ª posição.
Diante de tamanha confusão, o GP do Japão se tornou quase que um “duelo” entre Robert Kubica e Fernando Alonso, que assumiram a liderança. O polonês da BMW manteve a dianteira até o primeiro pit stop. No entanto, ousando na estratégia, Alonso assumiu a ponta e teve competência de sobra para abrir vantagem no segundo pit stop e garantir a segunda vitória consecutiva na temporada e a 21ª da carreira. Kubica terminou na segunda posição e Kimi Raikkonen, ressurgindo com a Ferrari, fechou o pódio, em terceiro.
Prova de destaque fez Nelsinho Piquet. Largando em 12º, o brasileiro fez uso da estratégia para terminar numa excelente quarta posição, confirmando a evolução da Renault nas últimas provas. Já Rubens Barrichello não teve o que comemorar, diante da 13ª colocação com a Honda. Com o resultado da 16ª etapa do Mundial, Hamilton manteve a liderança, com 84 pontos, diante de 79 de Massa. Kubica aparece em terceiro com 72 pontos. Os três pilotos são os únicos que ainda mantém chances de título.
- Disputa “quente” pelo campeonato
Lewis Hamilton e Felipe Massa sempre afirmaram de “pés juntos” que nada poderia abalar a amizade e a boa relação que levam nos bastidores da F-1. No entanto, tudo parece ter sido esquecido após o polêmico toque que os dois pilotos protagonizaram no GP do Japão. A disputa pela quinta posição, na 2ª volta da prova, parece ter sido um divisor de águas. Massa foi duramente criticado por Hamilton, pela imprensa inglesa e pela equipe McLaren, que acusou o brasileiro de ter agido de caso pensado. Já pelos lados da Ferrari, Felipe foi sutilmente defendido pelos representantes do time italiano, que ao invés de alimentarem a polêmica entre os pilotos, preferiram focar todos os esforços nas duas provas que vão definir o mundial.
- Renault evolui e leva Alonso de volta às vitórias
No meio da temporada, Fernando Alonso já havia jogado “a toalha” com relação ao atual campeonato. Vitórias? Nem pensar. O espanhol nem imaginava que seria possível conquistar alguma corrida neste ano. Muito menos vencer duas provas e, ainda por cima, de forma consecutiva, como foi o caso dos triunfos em Cingapura e Japão. Alonso é um piloto diferenciado, que parece ter reencontrado a motivação e o caminho das vitórias. Além disso, nas últimas seis provas, o espanhol foi o piloto que mais somou pontos: 35 no total. O segundo que mais pontuou foi Lewis Hamilton, com 26. Aliado ao talento de Fernando é necessário se destacar a evolução da Renault. O time francês parece ter encontrado o acerto ideal para o carro deste ano, o modelo R28. Prova maior disso é que nas últimas seis provas, a equipe somou 43 pontos, perdendo a disputa somente para a McLaren, que no mesmo período anotou 49.