segunda-feira, setembro 28, 2009

Hamilton vence e título fica mais longe de Barrichello

O GP de Cingapura de Fórmula 1, 14ª etapa do Mundial 2009, não foi nada bom para Rubens Barrichello e sua luta em busca do tão sonhado título mundial. Já não bastasse o fato de ter trocado o câmbio de seu carro, ter sido punido com a perda de cinco posições no grid de largada e de ainda ter batido no fim do treino classificatório, Barrichello terminou a única corrida noturna do calendário na sexta posição, chegando uma posição atrás do companheiro de equipe e líder do campeonato Jenson Button. Com o resultado, o piloto inglês voltou a ampliar, agora para 15 pontos, sua vantagem com relação a Rubinho, faltando três corridas para o fim do mundial.

Digamos que ficou difícil para Rubinho, mas não impossível. O problema maior de Barrichello é que se Button, por exemplo, vencer o GP do Japão e o brasileiro for no máximo quarto colocado, o campeonato acaba, independente dos resultados dos GP’s do Brasil e de Abu Dhabi, que encerram o Mundial. Alheio a esta luta, Lewis Hamilton voltou a dar seus shows. Com uma atuação soberana desde os treinos de sábado, o inglês da McLaren não deu chances aos rivais e venceu com autoridade sua segunda corrida no ano e a 11ª na carreira.

Grandes atuações tiveram também Timo Glock e Fernando Alonso. O alemão da Toyota fez seguramente sua melhor corrida na Fórmula 1. Partindo em sexto, teve boa recuperação e com ritmo competitivo ganhou posições e terminou em segundo. Já Alonso deu à Renault o primeiro pódio da temporada com uma atuação consistente. No final, o espanhol ainda dedicou a terceira posição a Flavio Briatore, seu ex-chefe de equipe e empresário, recém-banido da F-1.

- Bela vista e falta de disputas:

É inegável que o GP de Cingapura, disputado no circuito de rua de Marina Bay, é um dos que apresentam a mais bela paisagem de todo o calendário da Fórmula 1. Um visual diferente, inovador, moderno, que ressalta aos olhos de qualquer um o fato de ser disputado a noite e de contar com uma iluminação que é quase três vezes maior do que a de qualquer campo de futebol do mundo. No entanto, a beleza de se fazer uma corrida em Cingapura para por aí.

Ondulada e travada, a pista não favorece ultrapassagens e é um enorme desafio para carros e pilotos. Os freios são duramente exigidos, o calor é absurdo (mesmo de noite) e o desgaste geral do carro é maior do que em qualquer outra pista. Só para que se tenha uma noção real deste desgaste, os pilotos efetuam cerca de 70 trocas de marcha por volta. Numa corrida disputada em 61 voltas, são mais de 4.200 trocas, o que força ao máximo qualquer câmbio, por melhor que este seja.

- Pódio favorece permanência na F1

Fernando Alonso conquistou o primeiro pódio da Renault na atual temporada. E por ironia do destino, justamente em Cingapura, palco de todo o escândalo que envolveu a escuderia francesa nas últimas semanas. Logo após a prova noturna, o novo chefe do time, Bob Bell, bem como demais diretores, ressaltaram a importância do resultado positivo e afirmaram que isso favorece a permanência da equipe nas próximas temporadas.

Apenas relembrando: Devido ao acidente premeditado de Nelsinho Piquet, em Cingapura 2008, a Renault foi suspensa por dois anos, só que tal pena só será aplicada caso o time volte a cometer alguma irregularidade nas próximas duas temporadas. Ex-chefe da equipe, Flavio Briatore foi banido da categoria e Pat Symonds, responsável pela estratégia, recebeu suspensão de cinco anos. Salvo pela delação premiada, Nelsinho Piquet saiu ileso do julgamento e Fernando Alonso – maior beneficiado com a trapaça em 2008 – foi considerado inocente no caso.

- Notas para os pilotos – GP de Cingapura 2009

1 – Lewis Hamilton – 10,0 = Pole position e vitória de ponta a ponta. O atual campeão guiou com maturidade e mereceu a vitória. Destaque para o carro da McLaren, que teve excelente performance e deu condições para Hamilton disparar na frente e não ser ameaçado.

2 – Timo Glock – 9,0 = Partindo em sexto, fez boa prova de recuperação e conseguiu grande resultado. Além do pódio, Glock acendeu a luz amarela para Jarno Trulli, que com o mesmo carro, chegou em 12º e caminha rumo a aposentadoria.

3 – Fernando Alonso – 8,0 = Com grande atuação, conquistou o primeiro pódio do time na temporada. Como sempre, levou o carro “nas costas” e ainda fez a melhor volta da prova. Está prestes a ser anunciado pela Ferrari para 2010.

4 – Sebastian Vettel – 6,0 = Lutando pelo campeonato, teve grande início de prova. No entanto, cometeu erro primário ao exceder a velocidade nos pits, o que lhe gerou punição e depois, lhe custou um lugar no pódio e até mesmo a luta pela vitória.

5 – Jenson Button – 8,0 = Com o regulamento de baixo do braço, voltou a guiar de forma madura e tranqüila, só esperando o momento certo para finalizar o “jogo”. Com a estratégia, conseguiu a quinta posição, chegando a frente de Barrichello. Pode fechar o campeonato já no Japão.

6 – Rubens Barrichello – 6,0 = Fim de semana difícil e para ser esquecido. Trocou o câmbio, foi punido, bateu nos treinos e ainda deixou o carro morrer no segundo pit stop. Por fim, ainda chegou atrás de Button e viu sua desvantagem chegar a 15 pontos com três corridas para o encerramento.

7 – Heikki Kovalainen – 3,0 = Decepciona a cada corrida. Com o mesmo carro de Hamilton, voltou a não oferecer grande resistência aos adversários. Teria carro até mesmo para fazer uma dobradinha da McLaren, mas não passou da 7ª posição.

8 – Robert Kubica – 6,0 = Buscando um emprego no ano que vem, voltou a mostrar serviço com a BMW e assinalou mais um ponto no campeonato. Ainda é pouco para quem lutava pelo título em 2008, mas com o carro limitado, ao menos tem se esforçado.

terça-feira, setembro 15, 2009

Impecável, Barrichello vence em Monza e acirra luta pelo título

Foi daquelas vitórias de se tirar o chapéu, construída desde o treino classificatório, fazendo uso da estratégia e de muita velocidade na pista. Rubens Barrichello venceu, com muita autoridade, o GP da Itália de F-1, a 13ª etapa do Mundial. Largando em quinto e com a estratégia eficiente de fazer somente uma parada nos boxes, Rubinho foi impecável ao abrir vantagem para Hamilton e Button, tirar o máximo proveito dos pneus duros e administrar com muita maturidade a corrida na parte final, para garantir sua 2ª vitória no ano, a 3ª no circuito de Monza e a 11ª da carreira.

A vitória só não teve gosto ainda mais especial devido à segunda posição do companheiro de equipe, Jenson Button. No campeonato, Button mantém a ponta na tabela de classificação, com 80 pontos, diante de 66 de Barrichello. Restando quatro etapas, a diferença entre a dupla da Brawn GP é de 14 pontos e a promessa é de que nas provas de Cingapura, Japão, Brasil e Abu Dhabi a disputa pelo título se torne acirrada, ainda mais que o chefe da equipe, Ross Brawn, já garantiu liberdade para que os pilotos lutem pelo campeonato, sem comprometer obviamente a conquista do título de construtores, já quase assegurado.

Mantendo uma performance surpreendente nas últimas provas, o finlandês Kimi Raikkonen fez boa corrida e terminou em terceiro, beneficiado pela trapalhada do inglês Lewis Hamilton (McLaren), que sofreu forte acidente na última volta da prova, quando estava assegurado na terceira posição. Melhor para Raikkonen, que garantiu seu quarto pódio seguido, somando nas últimas provas mais pontos do que qualquer outro piloto. Nos bastidores, acredita-se que Kimi tenha enfim “acordado”, diante da real ameaça de ser substituído na Ferrari por Fernando Alonso.

Por falar em Alonso, o espanhol foi o quinto colocado com a Renault, chegando logo atrás do surpreendente Adrian Sutil, que com a Force India, completou numa excelente quarta posição. No time de Vijay Mallya, quem também fez bom trabalho foi o italiano Vitantonio Liuzzi. Fazendo sua reestréia na F1, devido à transferência de Giancarlo Fisichella para a Ferrari, Liuzzi ocupava a quarta posição, quando a transmissão de seu carro lhe deixou na mão.

Pelos lados da Ferrari, Fisichella, enfim, realizou o sonho de correr pelo time de Maranello. Mas, o piloto romano não teve o desempenho esperado. Fisico, obviamente, foi melhor do que o compatriota Luca Badoer. No entanto, esteve longe do desempenho de Raikkonen e terminou na nona posição, prometendo um melhor resultado nas próximas etapas. Afinal de contas, Giancarlo sabe que foi trazido por Luca di Montezemolo no intuito de ajudar Kimi a garantir a 3ª posição no Mundial de Construtores para a Ferrari. O time italiano deseja terminar o ano atrás somente da quase campeã Brawn GP e da Red Bull.

Notas para os Pilotos: GP Itália (Monza)

1 – Rubens Barrichello – 10,0 = Largando em quinto, teve brilhante atuação, e com bom ritmo, fez valer sua estratégia de fazer apenas uma parada. Grande vitória, que mantém viva as chances de conquistar o título.

2 – Jenson Button – 8,0 = Ganhou posições na largada e foi ficando para trás. Com a estratégia, foi para o pelotão da frente e passou a comboiar Barrichello, sempre atento aos ataques de Hamilton. Bom resultado, mantendo a liderança do Mundial.

3 – Kimi Raikkonen – 8,5 = Graças ao uso do Kers, passou Sutil na largada e andou em segundo durante boa parte da prova. No entanto, não conseguiu fazer sua estratégia funcionar e no fim, estava em quarto. Mas Hamilton bateu e Kimi herdou um inesperado lugar no pódio.

4 – Adrian Sutil – 9,0 = Grande atuação nos treinos, perdeu a pole por detalhes. Na corrida, não tinha o Kers e por isso perdeu algumas posições. Ainda assim, acompanhou Raikkonen durante toda a prova e fechou numa excelente quarta posição.

5 – Fernando Alonso – 7,5 = Com o limitado carro da Renault, fez milagre e terminou em quinto. Após largar em oitavo, ganhou posições, ajudado pelo Kers. Depois, ousando na estratégia, fez só uma parada, o que lhe rendeu bons pontos.

6 – Heikki Kovalainen – 5,0 = Apagado e distante do ritmo de Hamilton, não fez a estratégia funcionar. Largando pesado, perdeu posições, caiu para trás, e depois não conseguiu se recuperar. Deve estar procurando um cockpit para 2010.

7 – Nick Heidfeld – 6,0 = Após problemas com o motor nos treinos, fez boa corrida e voltou a figurar na zona de pontos. O carro melhorou, mas não o bastante para avançar na classificação.

8 – Sebastian Vettel – 3,0 = A grande decepção da prova. Largou em nono, perdeu posições. Chegou a andar em 13º, mas terminou em oitavo, somando um ponto. Não deverá lutar pelo título. Apesar de arrojado e talentoso, ainda erra muito.

terça-feira, setembro 01, 2009

Ferrari volta a vencer com Raikkonen

Superada por Brawn GP, Red Bull e McLaren desde o início do ano, a Ferrari, enfim, voltou a sentir a emoção de uma vitória. O time italiano, após 12 etapas disputadas, conquistou com Kimi Raikkonen sua primeira vitória na temporada 2009 da F-1. Mas, para quem pensa que o quarto triunfo do finlandês no circuito de Spa-Francorchamps foi um verdadeiro passeio, se engana. Após largar da sexta posição, Raikkonen fez grande prova, ganhou posições e passou a duelar com o então pole position Giancarlo Fisichella.

Equipado de um carro da Force Índia, Fisico perdeu a ponta para Kimi, mas não deixou que o ferrarista abrisse vantagem. Durante as 44 voltas da prova, Raikkonen em nenhum momento conseguiu ter mais que dois segundos de vantagem para Giancarlo. No final, menos de um segundo à frente, Raikkonen venceu pela 18ª vez na F1 e Fisichella não só conquistou o primeiro pódio da história da Force Índia, como ainda garantiu os primeiros pontos do time de Vijay Mallya.

Na luta pelo campeonato, Rubens Barrichello perdeu a chance de reduzir drasticamente a desvantagem em relação a Jenson Button. Largando em quarto, Rubinho caiu para último, mas se recuperou e ainda finalizou em sétimo, somando dois pontos. Button sequer completou uma volta, ao se envolver num acidente que ainda tirou da prova Lewis Hamilton, Romain Grosjean e Jaime Alguersuari. O sortudo do dia acabou sendo Sebastian Vettel, da Red Bull, que com o terceiro lugar na Bélgica pulou para terceiro também no campeonato, com 53 pontos, diante de 56 de Barrichello e de 72 pontos do ainda líder Button.

FIA investiga Renault

Alheio à disputa na pista, o centro das atenções em Spa ficou mesmo para um anúncio da Federação Internacional de Automobilismo. Logo após o GP da Bélgica, a entidade informou que está investigando o resultado de uma prova da temporada passada. A FIA ainda não informou a identidade dos envolvidos no caso, mas já se sabe que a investigação envolve a conduta da equipe Renault no GP de Cingapura de 2008. Naquela ocasião, o diretor do time francês, Flavio Briatore, teria instruído Nelsinho Piquet a provocar uma batida, gerando a entrada do safety-car. O objetivo era beneficiar o espanhol Fernando Alonso, que uma volta antes já havia feito sua primeira parada nos pits. Graças à ajuda da estratégia e da providencial entrada do carro de segurança, Alonso assumiu a ponta da corrida e venceu.

Caso seja confirmado o caso, que levantou muitas suspeitas nos demais times desde o ano passado, a Renault corre o risco de ser excluída da categoria. Além disso, sérias conseqüências deverão atingir o diretor do time, Flavio Briatore, possível mentor da trapaça.

O substituto de Badoer

É inegável que Luca Badoer teve em Spa-Francorchamps uma melhor atuação do que no GP da Europa, disputado em Valência, na Espanha. No entanto, nem assim o experiente piloto deverá ser mantido frente ao carro nº03 da Ferrari. O time busca um substituto para Felipe Massa que esteja preparado para ajudar a equipe a somar pontos e lutar pela terceira posição do Mundial de Construtores. Na Bélgica, o rumor mais forte dava conta de que Fisichella seria este substituto. Após a corrida então, o nome do italiano ganhou ainda mais força.

No entanto, a investigação promovida pela FIA no resultado do GP da Cingapura do ano passado poderá provocar uma repentina mudança na categoria. Diante do temor da Renault ser excluída da categoria, Fernando Alonso poderia se transferir ainda neste ano para a Ferrari, substituindo o italiano Luca Badoer e formando dupla com Kimi Raikkonen.

Notas para os Pilotos – GP Bélgica:

1 – Kimi Raikkonen – 9,5 = Fez grande corrida, como há muito tempo não fazia. Não teve o carro mais rápido da pista, mas soube se defender bem, graças ao uso do Kers. De quebra, garantiu seu quarto triunfo em Spa e quebrou um jejum de vitórias que já durava 25 corridas.

2 – Giancarlo Fisichella – 10,0 = O grande protagonista do fim de semana. Com a Force Índia, fez a pole position e ainda garantiu um pódio merecido. Teve o carro mais rápido da corrida e só não venceu, porque Kimi se defendeu usando o Kers.

3 – Sebastian Vettel – 8,0 = Largando em oitavo, fez boa prova de recuperação. Dentre os reais candidatos ao título, foi o que se deu melhor, conseguindo a terceira posição em Spa. No campeonato, também somou bons pontos, que o levaram ao terceiro posto.

4 – Robert Kubica – 7,5 = Boa corrida, com um carro que melhorou bastante, ao menos no circuito belga. Partiu entre os primeiros e lá se manteve. No final, devido à estratégia, perdeu o lugar no pódio para Vettel.

5 – Nick Heidfeld – 7,0 = Após partir em terceiro, perdeu algumas posições, inclusive para o companheiro de equipe. No entanto, em linhas gerais, fez boa prova, graças a melhora de rendimento do carro da BMW Sauber.

6 – Heikki Kovalainen – 7,5 = Largando em 15º, fez boa prova de recuperação. Com apenas uma parada, fez uso da estratégia para conquistar alguns pontos no campeonato. Ainda assim, segue ameaçado na McLaren, visando uma vaga em 2010.

7 – Rubens Barrichello – 7,0 = Partindo em quarto, tinha a chance de descontar bons pontos em relação a Button. Com o abandono do inglês, aliado a uma boa corrida de recuperação, Rubinho ainda anotou dois pontos, importantes na luta pelo título.

8 – Nico Rosberg – 6,0 = O alemão da Williams fez prova discreta, longe do desempenho das últimas provas, quando andou de igual para igual com as equipes grandes. Ainda assim, Nico somou pontos pela oitava corrida consecutiva.