terça-feira, julho 24, 2007

23/07/07: Alonso vence duelo com Massa e leva GP da Europa de F-1, em Nurburgring

Um bom piloto costuma demonstrar suas qualidades diante das adversidades. No entanto, quando um competidor se vê cercado por tantas situações em uma corrida “maluca”, é preciso muito mais do que talento e velocidade para que alguém faça a diferença. É necessário estrela e atitude de campeão. Neste sentido, Fernando Alonso mostrou mais uma vez ser o piloto mais completo da atual F-1. Numa das corridas mais emocionantes dos últimos anos, repleta de alternativas e de intensas mudanças climáticas, o piloto da McLaren fez prevalecer seu posto de atual bicampeão da categoria e venceu - com todos os méritos - o GP da Europa, 10ª etapa do campeonato, disputada no circuito alemão de Nurburgring.

Partindo na segunda posição, Alonso foi logo superado na primeira curva por um motivado Felipe Massa, que na cola do pole Kimi Raikkonen, tratou de se arriscar logo nos primeiros metros da prova. No entanto, o que prometia ser um passeio da dupla da Ferrari acabou adotando caminho bastante distinto alguns segundos após a largada. Uma verdadeira tempestade do verão europeu tratou de cair sobre o autódromo ainda na primeira volta, testando os pilotos, “calçados” de pneus para pista seca. Na verdadeira “guerra” para entrar nos boxes e efetuar a troca de pneus, alguns acabaram errando pelo caminho, caso, por exemplo, de Raikkonen, que de líder, errou a entrada dos boxes e perdeu quase uma volta.

Quem se deu melhor com toda esta história foi o alemão Markus Winkelhock, que estreando pela Spyker (pior time do grid), acabou dando o pulo do gato por ter largado dos boxes já com pneus de chuva. Após interrupção da prova por cerca de 15 minutos (devido às condições impróprias da pista, que levaram cinco pilotos a abandonar por aquaplanarem em plena reta do circuito), as coisas voltaram ao normal. Massa manteve a dianteira, seguido de perto por Alonso e Raikkonen, que se recuperava após a barbeiragem na entrada dos pits. No entanto, após 50 voltas percorridas, eis que o imponderável voltou a dar as caras.

Quando tudo parecia desenhado para uma vitória de Felipe Massa, uma nova chuva forte obrigou pilotos e equipes a alterarem estratégias e pneus. No retorno dos pits, a nova realidade: Massa não tinha mais a vantagem para Alonso e o espanhol se via com totais condições de buscar a vitória. E isso não demorou a acontecer. Após pressionar o piloto da Ferrari, Alonso colocou de lado e após tocar com o brasileiro, conseguiu a ultrapassagem, rumando para a terceira vitória no ano. É bem verdade que a discussão não acabou na pista (já que ambos bateram boca antes do pódio), mais ao menos serviu para colocar “pimenta” num campeonato em que as disputas por posições têm sido tão raras.

Em termos de Mundial, o resultado da prova também não poderia ter sido melhor: com a vitória de Alonso e o segundo posto de Massa, a vantagem de Lewis Hamilton (9º colocado em Nurburgring) na liderança do campeonato caiu de 12 para apenas dois pontos em relação ao companheiro de McLaren. Já Raikkonen - que vinha de duas vitórias consecutivas - abandonou a prova com problemas mecânicos em sua Ferrari e se manteve quase 20 pontos distante de Hamilton.

Marcadores:

quarta-feira, julho 18, 2007

09/07/2007: Raikkonen ressurge, vence duas seguidas e esquenta briga pelo título da F-1

Kimi Raikkonen começou bem a temporada. Após fazer a pole position e vencer em Melbourne, o finlandês prometia fazer um início fulminante de campeonato. Estreando pela Ferrari, Kimi ambicionava fazer corridas fantásticas e lutar desde as primeiras provas pelo título mundial. Mas o histórico de Raikkonen resolveu prevalecer. A falta de sorte - companheira inseparável do nórdico nos tempos de McLaren - voltou a fazer parte da rotina do piloto. Após atuações sem brilho, abandonos e erros banais (como o cometido em Mônaco), Raikkonen acabou ficando de lado. Enquanto Hamilton, Alonso e Massa se destacavam, alternando vitórias e pódios, Kimi sofria para se adaptar a um carro nervoso, que em pouco se adequava ao estilo “Raikkonen” de guiar.

Pois bem. Bastou que a equipe Ferrari botasse em prática certas alterações para que o panorama do Mundial se alterasse. Após três derrotas consecutivas para a McLaren, a Ferrari introduziu na F2007 modificações que mudaram, sobretudo, o comportamento do carro em entradas e saídas de curva. Tal fator, ligado a uma maior adaptação de Kimi ao ambiente do time italiano, recolocou o finlandês na luta pelo Mundial. E o ressurgimento no campeonato não poderia ter sido em melhor estilo: duas corridas, duas vitórias e uma rápida subida na tabela de classificação.

De piloto apagado e de atuações fracas nas corridas iniciais, Raikkonen se tornou no maior vencedor da temporada (3 vitórias), diante de 2 triunfos de Hamilton, Alonso e Massa. É bem verdade que Lewis aparece à frente na tabela (12 pontos de vantagem para Alonso, o vice-líder), mas tudo parece longe de estar definido. Restando 8 corridas para o término, e com 80 pontos em jogo, o campeonato parece bastante aberto e o regresso de Raikkonen ao grupo dos postulantes ao título é uma ótima informação por quem espera um fim de temporada de arrepiar.

Pelo menos no que diz respeito à competitividade, a Fórmula 1 está diferente em 2007. Acostumados com o domínio solitário de Michael Schumacher nos últimos anos, e da luta sem grande rivalidade entre o alemão e Fernando Alonso, os fãs da categoria assistem a um campeonato em que quatro pilotos contam com todas as condições de levantarem a taça de campeão. Hamilton aparece com maiores chances, pela vantagem em pontos, mas a ansiedade e a pressão podem atrapalhar a jovem promessa. Kimi voltou a este grupo após as duas vitórias na França e na Inglaterra, mais leva quase 20 pontos a menos que Lewis. Massa é o piloto mais veloz do ano, com quatro pole positions, mais é o que tem menos pontos (51, diante de 70 de Hamilton). Por fim, Alonso concentra boas condições, por ser bicampeão e ter ampla experiência na luta por um campeonato. No entanto, é o vice-líder e além de ver a Ferrari num melhor momento, sabe que divide as atenções na McLaren com um piloto osso duro de roer, que conta com a preferência de boa parte dos mecânicos.

Diante deste panorama tão animador e ao mesmo tempo imprevisível, resta aguardar pelas próximas etapas, que prometem muitas emoções!

Marcadores: