terça-feira, julho 28, 2009

Massa sofre grave acidente na Hungria e Hamilton volta a vencer na F-1

O grave acidente sofrido por Felipe Massa no treino classificatório para o GP da Hungria tirou todo o foco da prova, a 10ª do Mundial 2009 de F-1. O brasileiro, acertado na cabeça por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello (Brawn GP), foi internado no Hospital Militar de Budapeste em estado grave, apresentado um corte na testa além de uma fratura no osso frontal do crânio. No entanto, desde o dia de sua internação, o piloto brasileiro vem apresentando uma melhora gradativa de seu estado de saúde.

Massa - que já respira sem a ajuda de aparelhos e tem movimentos plenos de braços e pernas - conversa normalmente com médicos e familiares. O piloto tem a previsão de alta da UTI para os próximos dias e deverá seguir para um quarto comum. Depois disso, de acordo com o ritmo de recuperação do brasileiro, existe a previsão de que Felipe seja transferido para o grupo hospitalar Pitié-Salpêtrière, em Paris, na França. Lá, o piloto continuará tendo o acompanhamento do Dr. Gerard Saillant, médico que em outras épocas acompanhou a recuperação de atletas como Michael Schumacher (que fraturou a perna, após um acidente em Silverstone) e o atacante Ronaldo (quando o jogador do Corinthians sofreu o primeiro rompimento no joelho).

* A corrida:

A prova da Hungria, que teve somente 19 carros – diante da ausência de Massa - acabou tendo mais emoções do que o esperado, já que a pista de Hungaroring tem a tradição de ver uma famosa fila indiana do início ao fim. Mas, ao menos no início, a edição deste ano fugiu um pouco à regra. Equipados do KERS - sistema de reaproveitamento de energia que disponibiliza alguns cavalos de potência a mais - os carros de Ferrari e McLaren pularam para a frente do grid, com destaques para Lewis Hamilton e Kimi Raikkonen.

Enquanto isso, o pole position Fernando Alonso manteve a dianteira. Mas a liderança do espanhol da Renault durou pouco. Para ser mais exato, somente 10 voltas. Após uma falha do time francês na primeira parada nos boxes, Alonso viu se soltar na meio da pista sua roda dianteira direita, o que provocou seu abandono. Quem se beneficiou foi Hamilton, que sem ser ameaçado, foi abrindo vantagem volta a volta e rumou tranqüilo para sua primeira vitória no ano.

Raikkonen também se deu bem, conquistando o segundo lugar para a Ferrari. Dominante nas duas últimas provas, a Red Bull conquistou o terceiro lugar com Mark Webber, que é o novo vice-líder do Mundial. O líder continua sendo o inglês Jenson Button, da Brawn GP, sétimo colocado na prova da Hungria. Entre os brasileiros, Rubens Barrichello foi apenas o 10º colocado, enquanto Nelsinho Piquet fechou em 12º, nesta que pode ter sido sua despedida do time francês.

* Renault punida:

Devido ao problema com a roda que se soltou do carro de Fernando Alonso durante o GP da Hungria – e que foi considerado como negligência pela FIA - a equipe Renault foi suspensa do GP da Europa, a próxima etapa do Mundial, marcada para o dia 23 de agosto, no circuito de Valência, na Espanha. No entanto, a equipe francesa já recorreu da decisão e uma decisão sobre a participação ou não da equipe na prova só será anunciada na semana da corrida.

Notas para os pilotos – GP da Hungria:

1 – Lewis Hamilton – 10,0 = Rápido desde os treinos livres, o atual campeão do mundo soube tirar proveito da falha da Renault de Alonso para disparar na frente. Não foi ameaçado na liderança e comemorou sua primeira vitória no ano.

2 – Kimi Raikkonen – 8,0 = Impulsionado pelo KERS, fez boa largada e foi conquistando posições. Com o abandono de Alonso e o pit stop demorado de Mark Webber, pulou para segundo e lá se manteve até a bandeirada. Segundo pódio na temporada.

3 – Mark Webber – 7,5 = Após a vitória na Alemanha, perdeu a chance de diminuir sensivelmente a diferença para o líder Jenson Button. Ainda assim, com o terceiro lugar em Hungaroring, Webber foi aos 51,5 pontos, pulando para a vice-liderança do campeonato.

4 – Nico Rosberg – 8,0 = Novamente fazendo boa corrida, largou entre os primeiros e lá se manteve. Com bom ritmo, se defendeu bem dos ataques de Kovalainen (McLaren) e voltou a somar bons pontos para a Williams.

5 – Heikki Kovalainen – 7,0 = Rápido nos treinos, evoluiu durante a corrida e terminou em quinto. Não tem o mesmo talento de Hamilton, mas quando o carro ajuda, consegue fazer boas provas.

6 – Timo Glock – 7,0 = Largando lá atrás, fez uso da estratégia para ganhar posições e somar pontos para a Toyota depois de muito tempo.

7 – Jenson Button – 5,0 = Nem mesmo o tempo quente em Hungaroring foi capaz de fazer os carros da Brawn GP voltarem aos bons momentos do início da temporada. O carro deixou de ser competitivo e vem se arrastando para somar míseros pontos. Mesmo assim, Button segue líder, pelo menos por enquanto.

8 – Jarno Trulli – 6,0 = Com a mesma estratégia de Glock, largou pesado e chegou na zona de pontos graças à estratégia da Toyota.

terça-feira, julho 14, 2009

Webber vence na Alemanha e acirra luta pelo título da F-1. Vettel completa dobradinha

Foram necessárias exatas 130 corridas para que Mark Webber conquistasse sua primeira e tão sonhada vitória na F-1. E o triunfo no GP da Alemanha, em Nurburgring, não poderia ser em mais alto estilo. Partindo na pole position também pela primeira vez na categoria, o australiano da Red Bull teve grande atuação e mostrando a força do carro concebido por Adrian Newey, conquistou a terceira vitória do time na atual temporada. Webber garantiu seu triunfo mesmo após uma ligeira barbeiragem logo na largada. Ameaçado por Rubens Barrichello, que partia em segundo, Mark simplesmente jogou o carro para cima do brasileiro.

Barrichello conseguiu assumir a ponta, enquanto Webber caiu para segundo e ainda recebeu uma justa punição. Mas nem isso fez com que o australiano tivesse sua corrida ameaçada. Neste momento, quem surgiu como favorito à vitória foi justamente Barrichello. No entanto, após liderar o primeiro terço de prova, o brasileiro sofreu com os diversos erros de estratégia da Brawn GP. O time inglês perdeu tempo em uma parada e na outra, ainda teve problemas na mangueira de reabastecimento. Por fim, num claro jogo de equipe, beneficiou o inglês Jenson Button no último pit stop. Ainda líder do Mundial, Button foi apenas o quinto colocado.

O resultado de todas essas “lambanças” foi que da primeira posição, Barrichello caiu para uma apagada e quase esquecida sexta colocação, reclamando de tudo e de todos. O brasileiro, exaltado após a prova, se disse decepcionado pelo fato do time ter “dado um show de como perder uma corrida”. Por fim, Rubinho garantiu que segue na Brawn até o fim do ano, mas admitiu que pode não estar nas pistas na próxima temporada, dando a entender que o ambiente no time já não é dos melhores.

Correndo em casa, Sebastian Vettel completou a dobradinha da Red Bull, chegando na segunda posição, mesma posição que ostenta no campeonato. Em sua melhor atuação no ano, Felipe Massa comprovou mais uma vez seu talento e conquistou seu primeiro pódio na temporada, ao fechar a prova em terceiro com a Ferrari. Entre os demais brasileiros, Nelsinho Piquet foi o 13º colocado com a Renault e ao menos por enquanto, segue no time francês. A onda de boatos que indicavam sua saída da equipe parece ter esfriado e o piloto já tem a promessa de ter um carro melhor nas próximas provas. E a expectativa é de que os resultados possam aparecer.

Em Nurburgring, Fernando Alonso (companheiro de equipe de Nelsinho e dispondo de um carro cheio de evoluções aerodinâmicas) teve problemas na classificação, mas se recuperou na corrida e finalizou em sétimo, assinalando inclusive a melhor volta da prova. A F-1 volta no próximo dia 26, com o GP da Hungria, em Hungaroring.

* Notas rápidas:

* Há 28 anos que um piloto australiano não vencia uma corrida de F-1. O último triunfo havia sido conquistado por Alan Jones, no GP dos EUA de 1981, disputado em Las Vegas. Agora, Mark Webber encerra este jejum, soma mais uma vitória para o país e se torna o 102º piloto a vencer uma prova de F-1 na história da categoria.

* Não foi apenas Nelsinho Piquet que sofreu com os boatos referentes a sua saída da equipe Renault. Pelos lados da Toro Rosso, Sebastien Bourdais balança no cargo e são crescentes os rumores apontando sua saída da equipe. O espanhol Jaime Alguersuari, hoje correndo na World Series by Renault, é o grande favorito à vaga. Cogita-se que Alguersuari traga alguns milhões de euros em patrocínios ao time, o que garantiria sua entrada no time.

Notas para os pilotos: GP da Alemanha

1 – Mark Webber – 10,0 = Pole position e vitória. Fim de semana perfeito para o australiano. Com exceção da largada - quando exagerou - Webber teve atuação forte e irretocável. Não deu chances para ninguém. Nem para Vettel.

2 – Sebastian Vettel – 8,0 = Superado pela companheiro de equipe desde os treinos, saiu um tanto “derrotado” de Nurburgring. Correndo em casa, não foi fantástico e por pouco não perdeu sua posição para Massa. Ao menos assumiu a vice-liderança do Mundial.

3 – Felipe Massa – 9,0 = Largando em oitavo, já era o quarto na largada e a partir daí, andou no ritmo dos ponteiros. Mais uma grande atuação no ano, coroada com o primeiro pódio da temporada.

4 – Nico Rosberg – 8,5 = Fez mais uma excelente corrida com o apenas regular carro da Williams. Partindo em 15º, teve ritmo impressionante para chegar em quarto. Somou mais bons pontos no campeonato. Deve ir para McLaren ou BMW Sauber em 2010.

5 – Jenson Button – 6,0 = Líder do Mundial, não fez grande largada e teve atuação discreta. Depois, se recuperou, mas sempre sendo superado por Barrichello. No fim, ajudado pelos problemas nos pits e pelas ordens de equipe, conseguiu um modesto 5º lugar.

6 – Rubens Barrichello – 7,0 = Primeiro colocado já na primeira curva, lutou pela primeira vitória no ano, mas as trapalhadas da Brawn nos boxes atrapalharam suas pretensões. Depois a estratégia do time também se mostrou errada. Fechou a corrida em 6º, reclamando de tudo um pouco.

7 – Fernando Alonso – 7,0 = Largando em 12º, fez prova discreta no início. Depois, sem trânsito à frente, conseguiu impor bom ritmo e no terço final de prova, teve grande atuação, ameaçando os carros da Brawn. Registrou a melhor volta da prova, comprovando a evolução da Renault.

8 – Heikki Kovalainen – 6,0 = Com um carro inferior ao de Hamilton, chegou à zona de pontos, ao contrário do inglês, que terminou em último. Fez corrida discreta, lutando justamente para chegar aos pontos. E conseguiu: um ponto a mais.