Equipes se preparam para a temporada 2008 da F-1

As equipes da Fórmula 1 começam a desvendar os mistérios envolvendo a temporada 2008 da categoria. Pouco a pouco, os times vão apresentando ao público o que mais interessa: os carros que serão utilizando no Mundial que começa dia 16 de março, no circuito de Melbourne, na Austrália. Dentre os times, o favoritismo continua do lado da Ferrari. Após lançar em Maranello o modelo F2008, a equipe italiana segue dando impressões de que continuará ponteado a categoria em 2008.

O 54º monoposto produzido pela Ferrari para a Fórmula 1 apresenta algumas diferenças em relação ao modelo 2007. Devido às novas regras no campeonato, o bólido teve de se adaptar às mudanças previstas. A principal delas foi o fim do controle de tração. Entre outras, a caixa de câmbio foi alterada, para ter a durabilidade de quatro corridas. O cockpit foi aumentado na parte da proteção lateral, para garantir maior segurança aos pilotos. De uma forma geral, a parte aerodinâmica foi revisada, mas a versão atual receberá uma configuração totalmente diferente para a primeira prova do ano. Após a estréia em Fiorano, o modelo foi posto em prova nos testes coletivos, realizados em Jerez de la Frontera e não se saiu mal. Tanto o atual campeão Kimi Raikkonen quanto o brasileiro Felipe Massa tiveram bons desempenhos, elogiando de forma geral o rendimento do carro. No entanto, dispensando o favoritismo, todos na escuderia tratam de dividir o foco das atenções com a rival, McLaren.

Os ingleses também apresentaram em janeiro o carro com que tentarão quebrar o incômodo jejum de títulos. O time de Ron Dennis, apoiado pela Mercedes-Benz, apresentou o modelo MP 4/23 no museu da montadora, em Sttutgart, na Alemanha. Se visualmente, o carro não difere muito do modelo utilizado no ano passado (as cores e patrocinadores são praticamente os mesmos), na prática as coisas são mais diferentes, principalmente no que diz respeito a aspectos aerodinâmicos. Ao contrário de 2007, o carro da McLaren está com uma maior distância entre-eixos.

Se, no ano passado, com um carro oito centímetros menor, a McLaren levava vantagem em certas pistas, como Mônaco e Hungria, agora a situação se inverte e as flechas prateadas devem andar bem em pistas de alta, como Monza e Spa-Francorschamps. Além da distância entre-eixos, outra novidade é uma caixa de câmbio feita inteiramente em fibra de carbono, além de uma aerodinâmica com mais curvas. A aposta recai também sobre os pilotos. Vice-campeão em 2007, Lewis Hamilton assume o posto de piloto número 01 do time e deverá ter mais pressão e a responsabilidade de levar a equipe ao caminho das vitórias. Após a saída de Alonso, é no jovem Heikki Kovalainen (finlandês vindo da Renault) que também são depositas as fichas para 2008.

Renault confirma retorno de Alonso e também anuncia Nelsinho Piquet para 2008

Enfim, acabou a novela. No início de dezembro a equipe Renault pôs fim a um mistério que se arrastava há quase dois meses e confirmou o retorno de Fernando Alonso ao time francês. Ao assinar contrato com a equipe por quem conquistou seus dois títulos mundiais (2005 e 2006), o piloto espanhol definiu seu rumo para as próximas temporadas. O acordo de Alonso, segundo indicam os rumores, é válido por dois anos, com a opção do piloto sair ao fim de 2008 caso não esteja satisfeito com o desempenho do modelo R28, a ser utilizado pela equipe na próxima temporada.

Além da confirmação do retorno tão esperado de Alonso, o chefão do time Flavio Briatore aproveitou a chance para anunciar que o segundo piloto da Renault será ninguém menos do que Nelsinho Piquet. O brasileiro, piloto de testes da Renault em 2007, terá a chance de dividir o time com Alonso e se mostrou entusiasmado com a oportunidade de aprender com um bicampeão. A Renault, por sua vez, além de salientar - e muito - o regresso de Alonso tratou de confirmar que Nelsinho é uma das maiores promessas do esporte a motor na atualidade.

A volta de Alonso para o time francês já era anunciada. Bicampeão, o espanhol teve um ano cheio de atritos dentro da McLaren. Encontrou dificuldades que não esperava, teve de lutar contra o companheiro de equipe, Lewis Hamilton, e se viu sozinho justamente na hora de decidir o título. Correu no melhor estilo “contra tudo e contra todos” e ainda assim, quase ganhou. Ficou empatado em pontos com Hamilton (109 pontos) e apenas um atrás de Kimi Raikkonen (110), o novo campeão da F-1.

Ao lado de Nelsinho, é óbvio que Fernando terá preferência da equipe. Os boatos, sobretudo os divulgados pelos tablóides espanhóis, indicam que Alonso assinou um contrato de 35 milhões de euros, algo em torno de 90 milhões de reais, o que lhe garantiria, seguramente, o maior contrato da história da categoria. Gastando uma montanha de dinheiro como essa, é evidente que a Renault e principalmente Flavio Briatore (satisfeito por trazer de volta seu pupilo) desejam que Alonso faça apenas uma coisa: leve a Renault de volta às vitórias.

É justamente neste tom que Briatore e o presidente mundial da Renault, o brasileiro Carlos Ghosn, sustentam o fato da parceria com Alonso ser refeita um ano após o divórcio. Depois de todo o esforço da corporação e do desgaste das partes, tudo só valerá à pena se Fernando recolocar o time francês no patamar em que deixou quando se transferiu para a McLaren: ou seja, como bicampeã de pilotos e de construtores. Para tal, a Renault promete ajudar o piloto. Investimentos no carro, contratação de engenheiros renomados e demais medidas já foram tomadas pela equipe no intuito de fazer com que a dupla Alonso-Nelsinho seja realmente forte e possa alcançar os resultados tão aguardados.