quarta-feira, fevereiro 21, 2007

Os 10+ da temporada 2006 da F-1

Encerrada a temporada da Fórmula 1, com equipes e pilotos já se preparando para o Mundial 2007, o que fica de 2006 são os melhores e os piores momentos de um dos campeonatos mais bem disputados dos últimos tempos. Alguns se destacaram pelas vitórias, outros pelo poder de recuperação, por se revelarem futuros campões e por saírem pela porta dos fundos da categoria. Vale a pena relembrar os dez principais fatos e personagens do último campeonato:

1 – O bicampeonato de Fernando Alonso foi sem dúvida o grande destaque do ano. Absoluto no início da temporada, conquistando vitórias, pódios e pole positions, o piloto da Renault caminhava tranqüilo para o segundo título mundial. No entanto, punições no mínimo questionáveis, além da reação empreendida pela Ferrari fizeram da 2ª fase do certame uma luta mais do que acirrada com Michael Schumacher. No final, Alonso teve a sorte ao seu lado e com a vitória inesperada no Japão e o segundo posto em Interlagos, tornou-se o mais jovem bicampeão da história da categoria.


2 – A aposentadoria de Michael Schumacher foi um dos temas mais tratados do ano no cenário esportivo mundial. Sete vezes campeão, a notícia da saída do alemão alterou todo o panorama da categoria em termos de previsão para 2007. Sem o “grande favorito”, muitos postulantes surgiram com a intenção de substituir Schummy, mas a F-1 não será a mesma sem o alemão, que em meio a todo o alvoroço gerado por sua saída, ainda levou o vice-campeonato mundial.

3 – As vitórias de Felipe Massa, além de suas atuações mais do que concretas no segundo semestre fizeram do brasileiro um dos grandes destaques do Mundial. Para muitos, a grande surpresa do campeonato, já que, alheio a luta pelo título entre Alonso e Schumacher, Massinha foi o “melhor do resto”. A primeira vitória na Turquia e a inesquecível conquista no Brasil foram marcantes e serviram para aumentar ainda mais a expectativa por um campeonato dos mais disputados em 2007.

4 – A estréia de Robert Kubica como piloto titular não poderia ter sido melhor. Substituindo o demitido Jacques Villeneuve, o polonês disputou seis provas, e em pouco tempo foi apontado como uma das gratas surpresas do campeonato. O pódio em Monza, na Itália, foi o ponto alto da temporada do piloto de 21 anos, que espera que sua equipe – a BMW – se saia ainda melhor no próximo ano.

5 - Apesar de ser apenas o quinto maior orçamento da categoria, a Renault mostrou que um time pode ter competência sem ter necessariamente todo o dinheiro do mundo. Com um bom carro, equipado de um motor confiável (que só quebrou uma vez no ano, no GP da Itália), o time francês levou Fernando Alonso ao bicampeonato de pilotos, e de quebra, ainda garantiu o segundo título consecutivo entre os construtores.

6 – O poder de reação da Ferrari foi algo a ser ressaltado no Mundial que se passou. Após estar numa posição mais do que desfavorável, o time de Maranello acabou com qualquer vantagem da Renault e por pouco não conquistou o título de equipes. Entre os pilotos, o carro vermelho levou Schumacher e Massinha a nove triunfos, superando a Renault, vencedora em oito oportunidades.
7 – Se alguém decepcionou aos torcedores e ao próprio time, esse alguém se chama Giancarlo Fisichella. Que o italiano não é um fenômeno, isso todos já estão cansados de saber. No entanto, suas atuações foram tão apagadas e distintas das do companheiro Alonso que em muitas vezes foi difícil acreditar que os dois pilotos da Renault contavam com carros idênticos. Ao fim de um campeonato com 18 provas, Fisico venceu apenas uma corrida (GP da Malásia), registrou uma mísera pole e terminou em quarto lugar, sendo superado no final por Felipe Massa.

8 – Com fama de bad boys e falando mais do que deveriam, Juan Pablo Montoya e Jacques Villeneuve saíram da Fórmula 1 sem causar grande alvoroço na categoria. Com relação difícil dentro de seus respectivos times (McLaren e BMW) ambos mal puderam terminar o ano antes de dizer adeus. Numa situação para lá de contraditória, Montoya anunciou sua transferência para a Nascar e quase ao mesmo tempo foi desligado do time inglês, abrindo espaço para o quase eterno test driver Pedro de la Rosa. Já Villeneuve foi aos poucos se retirando do time. Bastou uma batida mais forte, em Hockenheim, para que a BMW promovesse a estréia de Robert Kubica.

9 – Durantes seis anos Rubens Barrichello viveu as alegrias e tristezas de ser um piloto Ferrari. Ao mesmo tempo em que participou de uma fase vitoriosa da equipe italiana, que culminou na conquista de cinco de títulos de pilotos e de construtores, Barrichello teve de aceitar uma política esportiva que sempre visou beneficiar o primeiro piloto, no caso, ninguém menos do que Michael Schumacher. Quando decidiu se transferir para a Honda, todos apostavam que o brasileiro teria um ano dos mais positivos e que sem a “sombra” do alemão, poderia enfim lutar pelo título. No entanto, poucos decepcionaram tanto neste ano quanto Barrichello. Em um ano marcado por atuações fracas e de resultados modestos, a melhor posição de corrida foi um quarto lugar no GP de Mônaco. Certamente algo bem abaixo das expectativas para quem sonhava com vitórias.

10 – Poucas vezes um Mundial assistiu a tantas decisões políticas que visaram dar novos rumos ao âmbito esportivo. Em outras palavras, a marmelada rolou solta na categoria e os cartolas fizeram de tudo para que a Ferrari - e principalmente Schumacher - pudesse lutar com mais força pelo título da temporada. No final, a estratégia não deu certo, Alonso saiu como o campeão, mas a lista de medidas promovidas pela FIA foi das mais extensas: proibição dos amortecedores de massa da Renault, a não proibição de rodas utilizadas pela Ferrari, que segundo os rumores mais ácidos, melhorariam a performance dos freios e dos pneus Bridgestone e, por fim, uma punição totalmente inexistente aplicada a Alonso nos treinos para o GP da Itália.

Marcadores: