Vibração, Vitória e Despedida. Três palavras distintas, mas que se uniram de uma forma mais do que “harmônica” para fazer do Gp Brasil de Fórmula 1, uma das melhores e mais emocionantes provas da história da categoria. Vestido com a sua “farda” verde e amarela, Felipe Massa encarnou em Interlagos o espírito do “brasileiro vencedor”. Largando na pole position, o então “escudeiro” de Michael Schumacher vislumbrou a possibilidade de vencer “em casa”. Também, não poderia ser diferente.
Após uma reação fantástica no campeonato, Schumacher viu a sorte – sua velha e fiel escudeira – lhe virar as costas no momento decisivo da temporada. Após problemas nos treinos, o alemão teve um pneu furado logo na terceira volta da corrida, o que pôs fim a qualquer chance de vitória ou título. Melhor para Massa, que sem a necessidade de fazer qualquer tipo de jogo de equipe pró-Schumacher, passou a pensar única e exclusivamente em realizar o sonho de qualquer piloto: vencer uma corrida em seu país de origem.
Diante de tal ponto, a euforia passou a ser a maior adversária do brasileiro em seu caminho rumo a segunda vitória da carreira. A cada passagem na reta principal, o piloto tentava controlar os sentimentos que afloravam em sua mente, principalmente, ao lembrar de seu início no kart e de todas as dificuldades que enfrentou nas categorias de fórmula. Ao fim das 71 voltas, Interlagos conheceu o seu mais novo postulante a ídolo do automobilismo. Ao vencer a última etapa do Mundial 2006, Massa quebrou um jejum que já durava 13 anos sem vitórias de brasileiros em Interlagos, e para melhorar, ainda se tornou o quinto representante do país a alcançar tal façanha (junto de nomes como Fittipaldi, Pace, Piquet e Senna). Feliz, agitado e eufórico, Massinha tinha motivos de sobra para comemorar o triunfo e também teve classe ao dividir os louros do fim de semana com outro vencedor.
Após Massa cruzar a linha de chegada, o espanhol Fernando Alonso levou vinte segundos para comemorar o bicampeonato Mundial. Fazendo uso de sua regularidade – que já lhe havia dado o campeonato do ano passado – Alonso chegou em São Paulo necessitando apenas de um oitavo lugar. No entanto, ao fim do GP, conseguiu muito mais. O “príncipe das Astúrias” chegou em segundo lugar e teve motivos de sobra para festejar com sua equipe. Afinal de contas, com o resultado, o espanhol ainda ajudou a Renault a levar o bicampeonato entre os Construtores.
Para a Ferrari, além de vibrar com Massa e de ver o título ficar Alonso, uma despedida mexeu com os brios do time italiano. Mesmo com todos os problemas do fim de semana, Schumacher guiou como nunca. Em uma atuação soberba, o alemão não se despediu das pistas como todos imaginavam – vencendo - mas não deixou de levar seus milhares de fãs à loucura. Após estar na 18ª posição, o maior piloto de todos os tempos concluiu a prova na quarta colocação, após abusar de ultrapassagens mais do que arrojadas. Encerrou-se ali, fora do pódio, a carreira de um dos maiores ícones do esporte mundial. Detentor de todos os recordes da categoria, Schumacher se aposenta das pistas no auge. Perder o título para Alonso certamente não foi o que mais entristeceu os fãs de todo o mundo. Pior mesmo foi pensar que o gênio que deu show na última década não estará alinhando no grid para abertura do Mundial 2007.
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