segunda-feira, agosto 28, 2006

F-1: Massa dá show na Turquia, supera Alonso e Schumacher e vence seu primeiro GP

Quando conquistou seu primeiro pódio no kart numa corrida disputada no Kartódromo do Taquaral, em Campinas, nos idos de 80, Felipe Massa certamente não poderia esperar que um de seus maiores sonhos aconteceria justamente da forma como ele planejava. Naquela época, trajando um macacão vermelho com o símbolo do cavalo rampante, Massa (então com seus 7 ou 8 anos) dizia para quem quisesse ouvir que seu maior sonho era um dia ser piloto de Fórmula 1, obviamente correndo pela equipe de Enzo Ferrari. No período entre a prova dos anos 80 e o GP da Turquia deste domingo, o comendador faleceu, o time enfrentou um jejum de mais de 20 anos sem títulos e a Fórmula 1 conheceu um piloto que mudou sua história (leia-se Michael Schumacher). Ao mesmo tempo, Massinha subiu do Kart para a F-Chevrolet no Brasil, passou pelas categorias de Fórmula na Europa até conquistar o Campeonato Italiano de F-3000, título que lhe valeu a assinatura de contrato com a Ferrari como piloto a ser desenvolvido pela escuderia.

Após três temporadas como piloto da Sauber e uma como piloto de testes da Ferrari, Massa enfim teve neste ano a grande chance de sua carreira: ingressar no time dos sonhos como piloto titular, e justamente ao lado de seu maior ídolo nas pistas. Se já não bastasse chegar a tal posto, Massa queria mais. Depois do primeiro pódio e da primeira volta mais rápida, o paulista tinha outras ambições. Mas isso já é coisa do passado. Felipe, num fim de semana só, obteve aquilo que acalentava desde os tempos de criança: fez uma pole position e venceu um GP de Fórmula 1, a grande consagração na carreira de qualquer piloto. Da mesma forma, se vencer já seria fantástico, Massa conseguiu no GP da Turquia, em Istambul, uma vitória de peso. Afinal de contas, segurar os dois últimos campeões mundiais (Alonso e Schumacher) não é uma tarefa fácil e possível para qualquer um. Para completar, Massa ainda obteve algumas marcas importantes em relação ao país: tornou-se o 6º brasileiro a fazer uma pole e vencer uma corrida. Além disso, quebrou um jejum de vitórias do pais que já durava 2 anos, desde a última conquista de Barrichello, no GP da China de 2004.

Se a vitória de Felipe foi indiscutível e mais do que merecida, em termos de campeonato não representou o resultado dos sonhos da Ferrari. Fernando Alonso superando Schumacher numa pista em que a escuderia italiana se mostrou superior o tempo todo só pode ser considerado como um resultado abaixo das expectativas. Afinal de contas, ver a desvantagem subir de dez para doze pontos (108 a 96) não passava pelos planos do time, nem nos piores pesadelos. Tanto Jean Todt quanto o próprio alemão não excitaram em demonstrar total descontentamento com a prova, que teve sua história mudada graças à rodada providencial de Vitantonio Liuzzi, que parado com seu Toro Rosso na entrada da primeira curva, provocou a entrada do safety-car. Nesta história, melhor para a Renault, que comemorou como uma vitória o resultado de Fernando. Além disso, com a sexta posição de Fisichella (após uma bela corrida de recuperação), os franceses mantiveram a liderança do Mundial de Construtores, somando 160 pontos, diante de 158 dos italianos.

Sobre a prova, ainda vale ressaltar as belas lutas por posições. Numa pista seletiva como a de Istambul, valeu a pena acompanhar toda a corrida e assistir a tantas disputas, fossem no pelotão intermediário ou na ponta (caso, por exemplo, do fantástico duelo entre Alonso e Schummy, em que o espanhol segurou “no braço” o alemão, mantendo o segundo posto). Completando os oito primeiros colocados, três destaques se fazem necessários: Após a vitória na Hungria, Jenson Button foi quarto colocado, comprovando uma melhora de rendimento da Honda. Quinto colocado após boa prova, Pedro de la Rosa levou a McLaren até o fim sem grandes sustos, mas comprovou sua regularidade.

Por fim, Rubens Barrichello conquistando um modesto oitavo posto, certamente não foi o resultado esperado pelo time e por ele próprio. A Fórmula 1 volta dentro de duas semanas, com o GP da Itália, a 15ª etapa do Mundial, a ser disputada em Monza, na casa da Ferrari. Para esta prova, a escuderia promete fazer o anúncio de sua dupla de pilotos para a próxima temporada. Em meio a tantos boatos, vale a pena ficar ligado e é claro, torcer para que Felipe Massa se mantenha como titular do time no ano que vem.