segunda-feira, maio 01, 2006

Coluna PIT STOP: 12 anos sem Ayrton Senna

Num país tão órfão de ídolos, Ayrton Senna se tornou um esportista totalmente diferenciado pois fazia de cada vitória pessoal não apenas uma conquista isolada, mas sim, o sucesso de todo um país, que acordava em todas as manhãs de domingo, para acompanhar suas corridas nos mais diversos países. O Brasil se acostumou a ver Senna vencendo. E não se acostumou com a idéia de que o herói nacional não era imortal! Ayrton não foi apenas mais um piloto.

Se dentro das pistas o brasileiro encantou o mundo, conquistando números mais do que impressionantes - como as 41 vitórias, 65 pole positions, 19 melhores voltas e os três títulos mundiais - fora delas sua atuação junto à área social parecia incansável. Ayrton não aceitava ver a situação dos jovens e das crianças do país. A pobreza e a miséria de seu povo sempre o incomodaram. Por isso que, a cada vitória conquistada, Senna sabia que estava levando um pouco de felicidade à um povo tão sofrido e enchendo de esperança o coração daqueles que já não achavam que um cidadão de nosso país poderia ter sucesso neste mundo a fora.
Da vontade de construir um país melhor, mais justo e com mais oportunidades para seu povo é que nasceu a idéia de se criar o Instituto Ayrton Senna. A fundação, presidida por Viviane Senna - irmã do piloto -, atende hoje a mais de 1 milhão de jovens, em mais de 20 estados brasileiros. Nos projetos do Instituto, o grande objetivo é de se mudar o rumo das crianças, transformando-as em cidadãs que possam ser vitoriosas, mas não nas pistas como era Ayrton, mas sim na vida - este sim, a grande meta do ídolo brasileiro.
E se na área social o nome Senna se mantém firme, no esporte nem se fale. A carreira promissora do jovem Bruno Senna, filho de Viviane e sobrinho de Ayrton, enche de esperanças um país que tenta achar em todo piloto um pouco do que o tricampeão representou ao esporte. Diante de tal sucesso nas pistas da Inglaterra, as comparações são inevitáveis, mas devem ser controladas desde já. Bruno será um só, assim como Ayrton, que infelizmente, se foi há 12 anos, num fatídico acidente no GP de San Marino, no inesquecível 1º de Maio de 94.