GP Austrália: F1 começa com vitória de Hamilton

Nem mesmo as previsões mais otimistas poderiam aguardar por uma corrida tão movimentada e cheia de alternativas. Uma pista sinuosa, estreita, sem áreas de escape, aliada às novas regras envolvendo a proibição do controle de tração fizeram do GP da Austrália, etapa de abertura da temporada 2008 do Mundial de F-1, uma prova fantástica. Nunca fui fã de bate-bate ou de barbeiragens. No entanto, a primeira prova do campeonato confirmou o seguinte pensamento: muitas máscaras vão cair com esta nova Fórmula 1. Muita gente pode considerar que a prova na Austrália não define os rumos do campeonato. Posso até concordar em partes com estas pessoas, no entanto, levanto a seguinte questão: nas próximas provas, com exceção das pistas, o resto será igual. Ao menos na Malásia e no Bahrein, o calor, o desgaste dos pneus, os carros sem ajudas eletrônicas e o ímpeto dos pilotos estarão presentes e quem não se adaptar, vai sofrer, novamente.

Neste sentido, alguns pilotos acabaram decepcionando redondamente as expectativas. Largando na quarta posição, Felipe Massa teve uma rodada inexplicável logo na primeira curva, o que praticamente acabou com as chances de um bom resultado. Mais tarde, a batida com David Coulthard foi só mais um detalhe no fim de semana bastante apagado que o brasileiro teve. O companheiro de Massa na Ferrari também não fez nada de muito diferente. Kimi Raikkonen largou lá atrás, veio se recuperando, conquistando posições até que “surtou”, rodou sozinho (duas vezes) e se arrastou no final, abandonando com motor quebrado da Ferrari, assim como acontecera com Massa.

Quem deu show foi Lewis Hamilton. O atual vice-campeão, pole position em Melbourne, não deu qualquer chance aos demais. Partiu na frente, despachou Kubica e Kovalainen e nem viu o alvoroço que acontecia lá atrás. A quinta vitória na carreira foi mais do que merecida e os dez pontos já começam a fazer diferença para quem sonha levar o título. Destaque também para as atuações dos demais presentes no pódio. Nick Heidfeld, com o bom carro da BMW, mostrou que o time tem potencial e que poderá incomodar McLaren e Ferrari durante a temporada. Já Nico Rosberg foi soberbo. Com o carro da Williams, conquistou o primeiro pódio na F-1 lutando durante toda a corrida.

Destaque também para o espanhol Fernando Alonso. De volta à Renault, o bicampeão mostrou que talento faz a diferença na atual Fórmula 1. Com experiência e tranqüilidade, não se afobou e mesmo partindo do meio do pelotão, levou o time francês à quarta posição, após disputa acirrada com Heikki Kovalainen, que estreando pela McLaren, terminou em quinto. Os brasileiros: desde o início do fim de semana em Albert Park as coisas não se mostraram muito favoráveis aos brasileiros. E ao fim da corrida, tal situação se confirmou. Após o abandono de Massa, Nelsinho Piquet também abandonou com o câmbio quebrado da Renault e Rubens Barrichello acabou sendo desclassificado. O piloto da Honda terminou em sexto lugar, mas acabou sendo punido por parar com os boxes fechados.