Desde 2003, quando assombrou o Mundo da Fórmula 1 conquistando sua primeira pole position (GP Malásia) com 21 anos, e vencendo sua primeira corrida (GP Hungria) aos 22, Fernando Alonso jamais saiu do posto de estrela da categoria. Tal posto foi ainda mais alimentado após belas atuações em 2004, quando mesmo com um carro apenas regular, fez boas provas. Em 2005, o ano de sua consagração, Alonso levou o título aos 24 anos de idade, tornando-se o mais jovem campeão da história da categoria, e superando o então recorde do brasileiro Emerson Fittipaldi, campeão com a Lotus em 1972, quando tinha 25 anos. Após os testes de pré-temporada, em que cansou de ver seu nome cercado de favoritismo, o espanhol não escondeu sua decepção após o treino classificatório deste fim de semana, em Sakhir.
Afinal de contas, a pole que estava quase garantida, acabou ficando com o super campeão Schumacher. Enquanto isso, Fernando teve de se contentar com uma mera quarta posição no grid, muito aquém das expecativas da Renault. Aliando determinação, estratégia, sorte, ousadia e estrela de campeão, Alonso fez uma corrida mais do que cerebral. Quando esteve atrás do líder Schumacher, buscou sempre manter contato com o alemão. Após o primeiro pit, se aproximou ainda mais, como que se estivesse preparando o bote. Após a segunda parada, voltou roda-a-roda com Schumacher e, sem hesitar, deixou o carro escorregar para o lado do alemão, levou vantagem, e ali, garantiu sua nona vitória na carreira. O piloto da Ferrari ainda tentou uma reação, mas Alonso pilotou tão seguro que mais parecia um experiente de 30 e poucos anos, e não um jovem de 25, que já começa a vislumbrar com a possibilidade de lutar pela bicampeonato mundial. Estamos apenas no início do campeonato, é verdade, mas essa é a grande meta do espanhol, nesta última temporada que estará defendendo as cores da Renault (Em 2007, Alonso já anunciou sua transferência para a McLaren).
Além do belo duelo de Alonso e Schummy, notável foram as atuações de Kimi Raikkonen e do estreante Nico Rosberg. Após largar da última fila do grid, Kimi fez mais uma de suas já tradicionais provas de recuperação, e com justiça, garantiu a terceira posição no pódio. Já o piloto da Williams teve um dia dos sonhos. Estreando na Fórmula 1, o filho do campeão mundial Keke Rosberg somou seus dois primeiros pontos na categoria logo na primeira prova do Mundial, ao chegar na sétima posição. Para completar, ainda conseguiu um feito histórico, registrando a melhor volta da prova, na casa de 1min32s4, feito antes só alcançado por Jacques Villeneuve, no GP da Austrália de 96, quando o canadense também estreava na F-1, justamente pela mesma Williams.
Para o Brasil, o GP na terra dos xeiques, que tinha tudo para ser dos sonhos, terminou em pesadelo e decepção. A excelente segunda posição no grid foi mantida por Felipe Massa por apenas alguns metros. Depois disso, o piloto da Ferrari tentou cassar Alonso e na ânsia de acelerar, acabou naufragando em sua estréia pela Ferrari. Mesmo se recuperando, Massinha teve de se contentar com um inexpressivo nono lugar. Para Barrichello, a história foi bem pior. Após sair de sexto e protagonizar belas disputas com o companheiro Button, o piloto da Honda ficou sem a terceira marcha em seu carro, e tratou de se arrastar na pista até o final das 57 voltas da corrida.
Interessante citar os pegas envolvendo Heidfeld e Coulthard, que por pouco não tiraram os dois da corrida, e a impagável estréia da Super Aguri no Mundial. Em meio a tanto amadorismo, concluir a corrida em último e à 4 voltas de Alonso já foi motivo de comemoração para o sempre animado Takuma Sato. Esta é a nova Fórmula 1, que agora viaja para a Malásia deixando nos fãs o desejo de que a mesma competitividade vista no Bahrein seja mantida para a próxima prova.
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