Poucos acreditavam, a estatística apontava mínimas chances de vitória e até mesmo o time já falava em tom de derrota. No entanto, o “azarão” Kimi Raikkonen surpreendeu a todos (inclusive a si próprio) e venceu o GP Brasil de F-1, 17ª e última etapa do Mundial 2007. Com o resultado - e beneficiado por uma incrível combinação de resultados - o piloto finlandês garantiu a conquista do título mundial, fato mais do que inesperado. Na verdade, mais surpreendente do que a vitória de Raikkonen, foi a derrota histórica sofrida pela McLaren. Tão tradicional e vitoriosa, a equipe inglesa viu seus dois pilotos praticamente se digladiarem o ano todo, e no final, “assistiu de camarote” a um campeonato praticamente ganho, cair “nos braços” de Kimi Rakkonen.
No entanto, para quem pensa que o título de Kimi se deve exclusivamente à sorte, se engana. O ferrarista foi o maior vencedor da temporada (seis vitórias), diante de quatro triunfos de Hamilton, outros quatro de Alonso e três do companheiro Felipe Massa. Além disso, o que deu a Raikkonen a possibilidade de lutar pelo título com a dupla da McLaren até a última prova do Mundial – e derrotá-los – foi a incrível seqüência de resultados na segunda metade do campeonato. Após as sete provas iniciais, Kimi tinha uma desvantagem de 26 pontos para o líder, Lewis Hamilton. No entanto, nas últimas dez provas do campeonato, Raikkonen venceu cinco corridas, subiu ao pódio em outras quatro e abandonou apenas uma vez. Numa virada de “cinema” descontou os mesmos 26 pontos e impôs uma vantagem de um ponto. Um mísero ponto que lhe garantiu o tão sonhado título, após dois vice-campeonatos (2003, diante da vitória de Schumacher e em 2005, com o primeiro título de Alonso).
Para garantir o quarto triunfo da história da Finlândia (1983 com Keke Rosberg e em 1998/1999 com Mika Hakkinen), Kimi contou com a ajuda providencial de Felipe Massa. Pole position em Interlagos, Massa fez uso do jogo de equipe para ajudar o companheiro a conquistar o título. De contrato renovado com a Ferrari até o fim da temporada de 2010, Massa sabia que deveria ajudar Kimi caso existisse alguma chance de título. E com as trapalhadas da McLaren, o brasileiro não teve outra alternativa. Ao fim, garantiu o segundo lugar correndo em casa e viu o companheiro de Ferrari ser campeão.
Por falar em equipe, certamente a McLaren terá muito trabalho para “digerir” a derrota histórica sofrida em Interlagos. O time viveu diante de uma briga interna dos pilotos durante toda a temporada e na prova do Brasil, a guerra na pista foi escancarada. E justamente este clima de total combatividade entre os companheiros de equipe fizeram com que o time de Ron Dennis visse o título escapar por entre os dedos. Hamilton e Alonso terminaram o campeonato exatamente com o mesmo número de pontos (109), mas o inglês fechou o ano como vice-campeão por ter um segundo lugar a mais que o espanhol. Hamilton não escondeu a decepção, mas ressaltou o trabalho na temporada. Já Alonso parecia conformado. Não ganhou, mas também viu o companheiro errar, ter problemas e terminar empatado. O sentimento expresso por Alonso era de que, mesmo com todas as medidas tomadas para favorecer Hamilton, a McLaren não conseguiu fazer do “pupilo” o novo campeão da categoria.
OBS: Fellipe Granzotto acompanhou o GP do Brasil de F-1 a convite da Petrobras.
0 Comments:
Postar um comentário
<< Home